Reflexão de final de campanha

Hoje, 24 de Setembro de 2021, acaba a nossa primeira campanha eleitoral!

Estamos cansados mas não podíamos estar mais felizes, e queríamos partilhar aqui a história de Montemor-o-Vivo.

Desde que nos propusemos a avançar com uma proposta cidadã de democracia participativa às eleições autárquicas deste ano, a viagem tem sido uma de incríveis descobertas, de crescimento e de acreditar na possibilidade de uma maneira de fazer política local mais próxima das pessoas.

Montemor-o-Vivo começou em reuniões nas noites frias de Dezembro de 2020. Nas semanas que se seguiram recolheu apoio de muita gente e na Primavera já fazíamos os primeiros encontros no início da Ecopista, junto da antiga Estação Ferroviária.

Foi tudo tão bonito. Desde a sombra nos dias quentes em que nos encontrávamos, às dezenas de pessoas que experimentaram e se apaixonaram pelo projeto e pelos nossos processos (de como ter conversas e discussões construtivas, eficazes e agradáveis) – e pela promessa de um dia podermos participar assim na gestão do nosso concelho.

Os nossos processos de decisão permitiram acordos alargados em torno de variadíssimos temas: desde como nos organizávamos e tomávamos decisões até às propostas práticas para a habitação, ambiente, educação, cultura, mobilidade, participação política e outras no concelho.

O nosso programa eleitoral foi a prova de que os nossos processos funcionam, e de que é possível sentar pessoas com visões diferentes e obter acordos em torno de qualquer tema. Foi também o primeiro programa de todas as forças políticas a estar pronto, o que comprova também a eficácia do modelo que utilizamos e propomos. Custou zero euros. E pode ser ser consultado, hoje e sempre, em montemor-o-vivo.pt/propostas/.

Findo o programa, começou a campanha propriamente dita, a primeira deste tipo para toda a gente envolvida na Montemor-o-Vivo.

Houve vários desafios que sabíamos que iam ser difíceis: Como explicar porque é que as nossas candidatas haviam sido tiradas à sorte? Porque não ia sempre a mesma pessoa aos debates e entrevistas? Porque é que propomos uma outra forma de fazer política, e não apenas um novo grupo de gestores para o mesmo tipo de política que temos? E que forma diferente de fazer democracia é essa que propomos? Porque é que a nossa resposta a novos problemas será sempre a de convocar assembleias para que quem se interessa e queira participar no desenho coletivo de soluções tenha esse espaço e possibilidade? Estas e outras tantas perguntas difíceis, para além das dificuldades técnicas, legais, burocráticas e financeiras do esforço necessário para se constituir uma lista eleitoral verdadeiramente independente, sem o apoio de qualquer partido.

Mas tudo valeu a pena, porque era isto que procurávamos: conseguir ter uma conversa séria e alargada por todo o concelho, e propôr algo realmente diferente nestas eleições. Algo com que as pessoas se pudessem relacionar diretamente e adotar como seu. Algo que lhes permitisse recuperar o seu espaço dentro da política local e, mais importante, reganhar o gosto à participação política, que o presente sistema tanto tem feito para erodir.

Esta campanha autárquica permitiu-nos uma plataforma para ter uma conversa séria e corajosa sobre um futuro onde colaboramos mais e melhor para resolver os problemas do concelho. (Obrigado à RNA, ao João Parreira, à Folha de Montemor, ao Montemorense, e outros que permitiram que tanta gente nos tenha ouvido e refletido sobre as nossas ideias e propostas.)

Se a campanha foi a oportunidade de ter uma conversa alargada sobre uma maneira diferente de fazer democracia, as eleições do dia 26 serão a oportunidade de a tornar realidade.

Os nossos candidatos comprometeram-se a ser porta-vozes deste incrível processo colectivo que continuará aberto a qualquer pessoa que queira participar. Por isso é que repetimos que um voto na Montemor-o-Vivo é um “voto em ti”. Se a curta história da Montemor-o-Vivo até agora foi assim, mal podemos esperar pelo impacto e o dinamismo que resultarão do acesso aos direitos e recursos inerentes a um cargo político com poder efetivo.

Mas isso é dia 26. E antes disso há festa! Vem celebrar esta candidatura connosco no dia 24, a partir das 18h, no Anfiteatro do Parque Urbano!

Porque de qualquer maneira, e independentemente do que se passar no dia das eleições, já ganhámos – e Montemor também. Porque conseguimos mostrar que é possível entusiasmar as pessoas com uma candidatura que propõe abertamente um novo método de fazer política, independente, baseada em propostas elaboradas coletivamente, e a acreditar profundamente nas pessoas, nas suas capacidades e ideias. Porque quando lançámos a Montemor-o-Vivo quisemos pensar e resolver Montemor, envolvendo todos os montemorenses. O que daí resultou foram ideias, projetos e possibilidades que serão trabalhadas nos próximos meses e anos, com todos os que gostam de cá viver, e se quiserem juntar ao esforço de aproximar Montemor.

Quando entrares na cabina de voto, vota em Montemor-o-Vivo, vota em ti!